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No dia 13 de Abril de 2003 realizou-se o primeiro estágio interestilos, da margem sul, organizado pelo Kushi no Ken Dojo e pela LPK na sede do CDRF (Clube Desportivo e Recreativo do Fogueteiro). Apesar de ter sido um Domingo chuvoso conseguiu-se reunir 34 atletas de graduação superior a cinturão azul. O estágio decorreu em cinco partes cada uma dedicada a um estilo e dada pelo mestre respectivo. Iniciou-se pelo Goju-Ryu como mestre Jorge Quaresma. Esta consistiu no trabalho de condicionamento corporal, técnicas de kumite próximas do adversário, e Kakie. Foi uma excelente perspectiva da dualidade entre dureza e suavidade que caracterizam este estilo. De seguida passou-se ao Shito-Ryu como o director técnico da LPK Morais Pina. Foi usado o cinturão como instrumento para desenvolver várias técnicas de karaté de modo a aperfeiçoa-las a outros meios. Seguiu-se António Valera mestre de Shotokai que mostrou a eficácia do “tsuki” no seu estilo. Foi uma perspectiva interessante e diferente de uma técnica bastante usada no Karaté. Também dentro do Shotokai falou o mestre José Patrão sobre o conceito de “Irimi” que se debruça sobre a antecipação da técnica do adversário. Considero que o seu uso é um conceito avançado de que necessita de muitos anos de aperfeiçoamento. O Shotokan foi dado pelo mestre José Augusto que utilizou técnicas de defesa pessoal com luxações e estrangulamentos, evidenciando assim estes conceitos na prática do Karate actual. A última parte foi exposta pelo mestre Frederico Silva de Wado-Ryu, que fez
um trabalho de esquiva e contra-ataque. Foi algo bastante interessante pela
diferença aos outros estilos. As exposições por parte dos instrutores foram claras e pedagógicas e valorizaram o trabalho com o parceiro, aplicando algumas técnicas e conceitos que, apesar da limitação temporal, caracterizavam cada estilo. Numa altura em que a prática do Karate se torna cada vez mais individualizada e auto-promocional, foi bom podermos juntar Karatecas, que com uma mente aberta e vontade de aprender conseguiram reviver o treino dos antigos mestres, quando estes em conjunto treinavam e aprendiam, apesar das diferenças que os marcavam. Embora a carga horária ter sido grande e o ritmo intensivo o tempo passou
depressa e rapidamente chegámos ao fim daquele, que espero, tenha sido o
primeiro de muitos encontros de karatecas que gostam de aprender entre si. Mário Magalhães |
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Autores: João Colaço & Mário Magalhães
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